A CCDR Lisboa e Vale do Tejo, I.P. (CCDR LVT) e o OPART – Teatro Nacional de São Carlos apresentaram, em Mafra, as dez bandas filarmónicas selecionadas para integrar a primeira edição do Programa Filarmonia, um projeto pioneiro de capacitação artística e organizacional que pretende valorizar e fortalecer o movimento filarmónico da região.
A sessão contou com a presença da Presidente da CCDR LVT, Teresa Almeida, da Presidente do Conselho de Administração do OPART, Conceição Amaral, do Presidente do Município de Mafra, Hugo Moreira Luís, e de representantes municipais e culturais da região.
Na sua intervenção, Teresa Almeida sublinhou que o Filarmonia nasce de uma visão partilhada entre a CCDR LVT e o Teatro Nacional de São Carlos: a de que a cultura deve ser acessível, enraizada nos territórios, mobilizadora e transformadora. Recordou que a Região de Lisboa e Vale do Tejo, representando apenas 13% do território nacional, concentra mais de 220 bandas filarmónicas — cerca de um quarto das existentes em Portugal. “As filarmónicas são um pilar da nossa identidade cultural e um berço fértil de talentos que alimentam o ecossistema musical nacional. Este programa representa um investimento na capacitação, na coesão territorial e na valorização das nossas comunidades”, afirmou.
Foram anunciadas as dez bandas selecionadas entre as candidaturas provenientes das cinco NUTS III da região, num processo que privilegiou critérios de coesão territorial e equidade. As formações escolhidas para integrar a edição piloto do Filarmonia são: a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Torres Vedras e a Sociedade Instrução Musical Cultura e Recreio de A-dos-Francos, ambas da NUTS Oeste; a Escola de Música Juventude de Mafra e a Sociedade de Instrução Musical de Porto Salvo, representando a NUTS Grande Lisboa; a Filarmónica União Sardoalense e a Sociedade Filarmónica Ouriense, em representação da NUTS Médio Tejo; a Sociedade Filarmónica de Instrução e Cultura Musical da Gançaria e a Sociedade Instrução Coruchense, oriundas da NUTS Lezíria do Tejo; e a Sociedade Filarmónica Palmelense “Loureiros” e a Sociedade Filarmónica União Seixalense, da NUTS Península de Setúbal. Estas dez bandas irão beneficiar de um percurso de formação que se desenvolverá ao longo do primeiro semestre de 2026.
Conceição Amaral, Presidente do OPART, destacou o papel decisivo da Orquestra Sinfónica Portuguesa no desenho e implementação do programa, sublinhando a generosidade e envolvimento dos seus músicos. “O Filarmonia é mais um instrumento para expandir a presença da nossa Orquestra pelo território, levando a música e a cultura a cada canto da região. Agradeço profundamente aos músicos que aceitaram integrar este projeto inovador”, declarou.
O programa inclui masterclasses ministradas por músicos da Orquestra Sinfónica Portuguesa, ações de capacitação organizacional promovidas pela CCDR LVT, atividades de mediação cultural e apoio à estruturação de projetos, permitindo reforçar competências em comunicação, sustentabilidade, gestão e ligação ao território. Estão igualmente previstas ações complementares destinadas a amplificar o impacto do programa e a promover a circulação e visibilidade das bandas da região.
No encerramento, Teresa Almeida deixou uma mensagem de futuro, afirmando que o Programa Filarmonia pretende ser muito mais do que um conjunto de atividades pontuais. “Queremos que este seja o início de uma nova forma de colaboração entre estruturas culturais centrais e agentes locais, um espaço onde tradição e inovação se encontrem, e onde a música – de todos e para todos – se ouça cada vez mais alto”, concluiu.






