1. A Rede FoodLink
1.1 Como Surgiu
Garantir uma alimentação responsável e sustentável implica colocar a alimentação como um aspeto central do modelo de planeamento e desenvolvimento territorial. Para responder a estes desafios, surgiu a Rede Metropolitana de Parques Agroalimentares (RMPA), na Área Metropolitana de Lisboa (AML), por iniciativa de um conjunto de vinte atores locais, regionais e nacionais que, entre 2019 e 2021, se constituíram como um Grupo de Trabalho no âmbito da atuação estratégica para a próxima década. Este Grupo de Trabalho foi coordenado pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa), a convite da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT), enquanto coordenadora do Living-Lab do Projeto H2020 ROBUST – Unlocking rural-urban synergies, em colaboração com o Instituto Superior Técnico.
Em 2022, esta Rede expandiu-se e alargou o seu âmbito de ação, dando lugar à FoodLink – Rede para a Transição Alimentar na AML, com uma coordenação partilhada entre a CCDR-LVT, a AML e o ICS-ULisboa.
O biénio 2022-2023, estabeleceu-se como período experimental de atuação de acordo com o Plano de Ação. Neste período foi elaborada a Estratégia para a Transição Alimentar na AML, entendida como sendo a ação prioritária. Tendo o balanço do período experimental sido manifestamente positivo, decidiu-se prosseguir para um novo ciclo de trabalhos no decorrer do triénio 2024 – 2026
1.2 Os Parceiros
Aquando da formalização da criação da Rede FoodLink, com a assinatura da Carta de Princípios e Compromissos, em junho 2022, constituiam a Rede 30 entidades. Desde então, a FoodLink tem despertado o interesse por parte de outras entidades,
Atualmente a Rede integra quarenta entidades, com diferentes perfis, representando os diversos componentes do sistema alimentar metropolitano

1.3 Visão
Até 2030, cerca de 15% do aprovisionamento alimentar da área metropolitana poderá ser assegurado localmente tendo por base:
● modos de produção sustentáveis, onde se incluem a produção biológica, a produção/proteção integrada, a agroecologia e a pesca e aquicultura sustentáveis;
● soluções inovadoras, nomeadamente no âmbito da gestão da água para regadio, na redução de fitofármacos, na conservação do solo e no balanço de nutrientes, e na adaptação climática, eficiência energética e energias alternativas;
● redes de distribuição de baixo carbono e em circuitos alimentares de proximidade que cumpram com os critérios de inclusão e segurança alimentar;
● o consumo sustentável com impacto positivo sobre a saúde e o bem-estar, associado à redução do desperdício alimentar e ao tratamento e valorização dos resíduos orgânicos alimentares;
● a qualidade do ambiente e a conservação da biodiversidade através do reforço da conectividade ecológica das áreas de produção sustentável.
Os produtos da FoodLink estarão disponíveis e acessíveis para o consumo alimentar sustentável de todos os cidadãos da área metropolitana de Lisboa e serão uma mais-valia para a promoção de um turismo responsável e ético. A FoodLink oferece oportunidades de recreio e de turismo gastronómico e cultural em todo o seu território, constituindo-se como uma iniciativa inovadora que contribui para a valorização sócio ecológica e económica da AML e para o fortalecimento das sinergias urbano-rurais e urbano-costeiras.
A Visão, a par dos eixos estratégicos, princípios e compromissos da Rede, assim como o seu enquadramento estratégico constam do documento Estratégia e Roteiro de Ação da FoodLink para o período de 2024-2026.
2. Estratégia e Roteiro de Ação 2024-2026
O documento Estratégia e Roteiro de Ação da FoodLink para o período de 2024-2026 sistematiza o balanço das principais ações da Rede entre 2022-2023 e estabelece-se as orientações estratégicas, o modelo de governança, o formato de dinamização da Rede e o Plano de Ação para o próximo ciclo de programação, no decorrer do triénio 2024-2026.. O documento FoodLink – Estratégia e Roteiro de Ação 2024-2026 foi elaborado pela CCDR LVT, I.P. e pelo Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa), com a colaboração de todas as entidades que integram a Rede FoodLink. O documento
A FoodLink foi a primeira rede portuguesa criada para juntar o planeamento da transição alimentar às políticas de ordenamento e de desenvolvimento territoriais para reduzir a pegada carbónica e a necessidade de transporte, aproveitar melhor os recursos (água, energia, biodiversidade), melhorar a alimentação e a qualidade dos produtos, diminuir o desperdício e promover a inclusão social, a lógica de proximidade, o comércio mais justo, a paisagem e o bem-estar e qualidade de vida.
3. Iniciativas da Rede
1º CICLO DE CONFERÊNCIAS FOODLINK
SEMENTES PARA TRANSFORMAR O SISTEMA ALIMENTAR EM REDE
Transformar o sistema alimentar rumo a uma cidade-região mais sustentável, saudável e resiliente, constitui, desde 2022, o desígnio da FoodLink – Rede para a Transição Alimentar na Área Metropolitana de Lisboa. Com 40 parceiros, prosseguimos a Estratégia para a Transição Alimentar, aprovada em 2025, cujo objetivo é planear e gerir o sistema alimentar de forma articulada, com impacto positivo na economia, na saúde, no ambiente e na paisagem alimentar da região.
Sabemos que é um tema complexo que, cada vez mais, tem vindo a assumir uma posição de destaque na agenda urbana de muitos países e cidades, na Europa e no mundo, face ao contexto multicrise que atravessamos. Por isso, queremos debatê-lo com um público alargado, juntando, em 3 Conferências, especialistas em ciência, empreendedores e decisores.
Convidamos a participar todos os que quiserem compreender como melhor alimentar uma família, uma cidade e uma região, contribuindo para a saúde das pessoas e do planeta, e a debater os princípios e as práticas que estão ao alcance de qualquer cidadão para fazer esta transição acontecer.
Na Conferência #1 (24/09) o foco será em torno de como poderemos fazer uma alimentação mais segura contribuindo para um planeta mais saudável.
Na Conferência #2 (16/10) ficaremos a perceber que o sistema alimentar pode e deve ser gerido numa perspetiva de circularidade, com ganhos no consumo de energia e de materiais.
Na Conferência #3 (28/11) o debate incidirá sobre o papel dos mercados e das redes de proximidade nos circuitos de distribuição alimentar como motores de dinamização da economia local e da relação entre produtores e consumidores.
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